Por Adelmo Neto – Consultor Pedagógico

No nosso ambiente de trabalho lidamos com diversidades, pessoas e demandas diferentes; onde cabe ressaltar a importância das questões socioemocionais que se relacionam com este ambiente, interferindo na nossa satisfação profissional e pessoal, além de, bem-estar, saúde mental e interações com os envolvidos nas nossas ações diárias.
               A comunicação desenvolvida no ambiente de trabalho de maneira efetiva tem um grande papel a se propor no clima emocional, por outro caminho, toda comunicação está vulnerável à ruídos ou à existência de barreiras, elas são inerentes ao processo (PINTO, 2008). A base comum curricular brasileira propõe que no nosso processo educativo devemos valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhes possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade (BRASIL, 2018, p. 11).
               Compreendendo que se é necessário refletir sobre o processo integral enquanto seres humanos e nas circunstâncias estabelecidas para nossas atribuições, devemos nos integralizar enquanto seres, compreendendo nossas diversas interações e suas variantes, sendo uma delas a primordialidade de expressar nossas necessidades pessoais com os sujeitos ao nosso redor. Dentro deste processo, quanto mais diretamente conseguirmos conectar nossos sentimentos a nossas próprias necessidades, mais fácil será para os outros reagirem a estas com compaixão.                                                                    

Marshall B. Rosenberg (2009) apresenta através dos seus estudos direcionados a comunicação, a presença de dificuldades no processo de direcionamento do discurso e o processo violento, a qual ele se instaura (sendo este através do uso de palavras e da ausência da escuta do que se é direcionado na mensagem). Em seus estudos a comunicação não-violenta indica a insuficiência do processo de interlocução do diálogo, como um fator determinante do acolhimento das questões individuais.
               A junção desses fatores formula nosso clima emocional no ambiente de trabalho, quando estabelecido um vínculo emocional com os membros do grupo de trabalho, é possível se criar motivações que correlacionem a autonomia, integridade e interdependência junto as micro competências propostas por autoconsciência, autogestão, consciência social e gerenciamento de relacionamentos, além de, desempenhar a capacidade de criar motivações que se direcionem a ser um contribuinte do grupo. (GOLEMAN,2011).                                                               
               Devemos perceber que a promoção deste ambiente é uma relação ambígua entre o que propomos e como reagimos com as relações da nossa convivência, as necessidades que permeiam o nosso ambiente de trabalho. Estar em um ambiente seguro nos desenvolve confiança, flexibilidade e abertura para sugerir ações que despertem a criatividade e nos forneça a vontade de produzir livremente de forma colaborativa e compreensiva baseados em empatia e compaixão.             

A inserção de uma comunicação efetiva e sem ruídos estabelece a criação de um ambiente de trabalho saudável e aberto um retorno da sua performance com sua comunidade. O processo de construção do ambiente de trabalho eficaz promove o florescimento de aspectos sociais e a facilidade de compreensão empática com os parceiros de trabalho, ressaltando a necessidade de se desenvolver as competências emocionais propostas por Rafael Bisquerra (2015) evidenciadas pela; a consciência emocional, regulação emocional, autonomia emocional, competência social e competências de vida e bem-estar para o fortalecimento da nossa autonomia emocional;.                                    Segundo Quinn (2015), a importância da autonomia socioemocional se desempenha no clima organizacional como uma ferramenta de exploração para identificações de mudanças desejáveis e sustentáveis que se possa realizar.  Assim possibilitando a criação de espaços de diálogos proveitosos e que implícita a abertura do desenvolvimento de espaços de troca e trabalho coletivo.
               Enquanto membros de uma comunidade, devemos nos propor ao rompimento de estigmas que desenvolvam medos relacionados a fracassos, falhas e a dificuldade em superação de barreiras pessoais para se propor a criação de um relacionamento interpessoal e intrapessoal, contribuinte para o alcance de resultados benéficos as nossas atividades e que ofereça uma saúde emocional de qualidade, regulação emocional e uma melhor qualidade de vida dentro do trabalho (HANNECK et al., 2017).

Confira o vídeo e saiba mais sobre o Clima Emocional!

Referências:

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular – BNCC do Ensino Médio. Brasília, DF: MEC, 2018.

BISQUERRA, Rafael; PÉREZ-GONZÁLEZ, Juan Carlos; GARCÍA NAVARRO, Esther. Inteligencia emocional en educación. Madrid: Síntesis, 2015.
GOLEMAN, D. Inteligencia emocional: a teoría revolucionaria que redefine o que é ser inteligente. Rio de Janeiro: Objetiva, 2011.
HANNECK, C. J. – Inteligência emocional. 2017.

QUIN, R. – Competências gerenciais – A abordagem de valores concorrentes na gestão. Campus, Rio de Janeiro, 2015.

ROSENBER, Marshall. B. Comunicação não-violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais / Marshalll B. Rosenberg;[Tradução Mário Vilela] – São Paulo: Ágora, 2006.

PINTO, Júlio. Comunicação organizacional ou comunicação no contexto das organizações. Interfaces e tendências da comunicação no contexto das organizações. São Caetano do Sul: Difusão, p. 81-89, 2008.