Janeiro branco: entre metas, promessas e emoções

E eis que chega mais um primeiro mês do novo ano que se inicia. Entre um salto significativo do ano que se findou, e a chegada em um ano que se promete ser, de fato, novo, há na bagagem o velho bloquinho rabiscado a lista do que se pretende fazer e/ou alcançar enquanto meta.

Dentre essas enumerações de tarefas cabem muitas coisas, desde incorporar novos hábitos para o cuidado com a saúde física, realização de um sonho antigo, equilibrar as contas, adquirir algum bem… a lista pode ser longa. Possivelmente, você já fez ou conhece alguém que já construiu uma lista assim?!

E desde a elaboração desses itens da lista até como construir ferramentas para a realização (ou não), existe um fator intrínseco e influenciador de cada uma delas: as emoções. Por isso, o primeiro mês do ano traz consigo o convite para o cuidado com as demandas emocionais, que são responsáveis pela maneira como conduzimos nossa vida, nossas relações, o próprio trabalho, e as tomadas de decisões no dia a dia.

Trazer a pauta sobre saúde mental logo no início do ano se faz primordial para que possamos desenvolver recursos essenciais no cuidado com as demandas emocionais. Quando observamos à nossa volta o estado emocional das pessoas é comum percebermos que elas se sentem com emoções intensas, fragilizadas, e sem muitas habilidades para regulá-las, o que resulta em um cenário muito propício a conflitos, desentendimentos no convívio tanto familiar como social.

Na máxima “Cuidar de mim é cuidar do outro. Cuidar do outro, é cuidar de mim”, incluir práticas que estejam envolvidas com a saúde mental, reconhecendo as emoções presentes no dia a dia, buscando ferramentas para a gestão de cada uma delas, para que estejam constantemente equilibradas e não desague em adoecimentos como temos visto em tantos dados de pesquisas e relatórios de saúde.

Dessa forma, na hora de construir uma lista é necessário pensar no que é possível para a sua realidade sem se comparar com as outras pessoas, pois metas não cumpridas podem gerar frustações. Isso quer dizer que, por vezes, na empolgação do início de um novo ano, pensamos na maior quantidade de objetivos, e que isso não é diretamente qualidade desses sonhos, e que às vezes eles estão influenciados por aquilo que vemos e acompanhamos nas redes sociais.

Sendo assim, incorporar mudanças precisa ser de maneira gradual, realizando a aproximação sucessiva do seu objetivo à medida que gere compensações constantes, sendo essas diárias ou semanais, já que as mudanças radicais podem ser muito difíceis de serem colocadas em pratica a longo prazo.

Nesse início de ano é importante buscar objetivos e metas mais coerentes, e o autoconhecimento é um passo assertivo para essa construção. Como diz o psicopedagogo das emoções Rafael Bisquerra (ALZINA, 2009) “adotar comportamentos mais apropriados e responsáveis para enfrentar os desafios diários” é uma forma de aumentar a competência de vida e bem-estar na nossa rotina e que traz impactos positivos para a saúde mental.

Que tal pegar seu caderninho de metas e olhar com mais carinho para ele? Que tal separar o que são metas e o que são objetivos e começar a colocar em prática hoje mesmo? E lembrar de incluir hábitos e práticas que você perceba que te auxiliem no manejo com suas emoções.

Sendo assim seja mais generoso com você mesmo e com a sua realidade: analisando os desejos de uma forma mais acolhedora e menos comparativa para que no decorrer do ano consiga realizar as pequenas metas para alcançar os grandes sonhos e, claro, com a mente e corpos sãos.

ALZINA, R. B. Psicopedagogia das emoções. Espanha: Síntesis, 2009


Produção: Consultoras pedagógicas – Laura Paiva e Silvaneide Freitas

Revisão: Coordenadora de metodologia – Maria Dóia


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