Momento relembrou as lutas dos ancestrais e os 38 anos da posse das terras.
Por Wanessa França – Jornalista
Valorizar, reconhecer e dar continuidade às tradições dos povos indígenas, esse é o desejo dos docentes da Escola Estadual Indígena José Máximo de Oliveira, localizada na aldeia Wassú Cocal em Joaquim Gomes/AL, que na manhã da última quarta-feira (02), promoveram uma aula de campo para os estudantes da instituição. O momento relembrou as lutas de seus ancestrais, celebrando os 38 anos da posse e reconhecimento das terras do povo de Wassú Cocal.
Sendo o dia 02 de outubro um marco para os povos indígenas da região, a data é um lembrete para que os estudantes da aldeia ocupem o seu território. Sobre isso, a professora de história, Fabiana Paulina, conta como este é um momento de alegria e de tristeza, pois, para que hoje haja a celebração deste dia, muitas perdas aconteceram. “É a resistência, luta e trajetória que comemoramos hoje”, continuou a historiadora.
O encontro também foi pensado junto às aulas de educação socioemocional aplicadas na escola, através do Programa Coração de Estudante com a metodologia e material Hug Education, como forma de desenvolver as relações afetivas com a sua cultura e a territorialidade da aldeia. “Os alunos conseguiram expressar suas emoções. E, a partir do momento em que isto acontece, onde eles conseguem dar nomes às emoções, eles passam a vivência diferente, positiva.” contou a Consultora Pedagógica, Laura Paiva.
Usando cocar, com suas maracas em mãos e formando um grande círculo, os estudantes, juntos dos professores e suas lideranças indígenas, iniciaram a aula de campo evidenciando suas tradições com a dança do Toré. Juntos, na Oca do Saber, entoaram cantos em um ritmo animado, envolvendo também os observadores e visitantes que estiveram presentes.
Para a estudante do 8º ano da E.E.I. José Máximo de Oliveira, Kedlly Rauanny, a atividade promovida pela escola foi um momento de conexão com suas raízes. “Eu me senti orgulhosa de está aqui, onde tenho certeza de que meu tataravô já veio cantar Toré. Sinto orgulho por ele ter sido guerreiro aqui na aldeia. (…) estou muito feliz de está aqui, de cantar Toré, me pintar de jenipapo e usar os adereços.” Complementou Kedlly.
Nos momentos finais do encontro as lideranças da comunidade, além de contar lendas da cultura de Wassú Cocal, tiveram a oportunidade de conversar com os jovens, mostrando a importância de cada estudante para a continuidade das tradições da comunidade.
