Maio laranja

Entenda como o desenvolvimento de habilidades socioemocionais contribuem para a prevenção e combate ao abuso infanto-juvenil.

Por Maria Dóia – Coordenadora pedagógica/ Danielly Dias – Consultora pedagógica

O mês de maio é dedicado à conscientização e prevenção ao abuso infanto-juvenil, dentro de um cenário alarmante e que só aumenta cada vez mais, deixando marcas desastrosas no desenvolvimento de crianças e jovens que sofrem esse tipo violência. E dentre tantas informações, saber que no ambiente familiar é onde acontecem a maior parte desses abusos, faz-nos questionar sobre o paradoxo papel da família, a qual deveria ser o de cuidar, zelar, proteger e garantir a segurança desse público que se encontra em uma fase por si só já bastante vulnerável e susceptível a tantas formas de violência.

A cor laranja representa a campanha de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes

E considerando as peculiaridades dessa fase, onde há o desenvolvimento de várias habilidades socioemocionais, como a autonomia emocional que se consolida a partir da construção de uma autoestima saudável, o desenvolvimento da autoimagem (como cada pessoa se enxerga), possuir uma autoimagem positiva e autoestima permitirá à criança estar apta a reconhecer comportamentos abusivos e a solicitar auxílio quando necessário. Essas microcompetências fortalecem a resiliência emocional da criança, além de facilitarem a construção de relacionamentos saudáveis e a comunicação assertiva.

No contexto de prevenção ao abuso infantil, a autonomia emocional permite que as crianças estabeleçam relações saudáveis, reconheçam sinais de alerta e busquem apoio quando se sentirem ameaçadas. Além disso, ela também desempenha um importante papel na afirmação das crianças, permitindo que elas se tornem ativas em sua proteção e bem-estar. Pais, educadores e profissionais envolvidos em contextos infantis desempenham importante papel ao reconhecer a necessidade de contribuir para o desenvolvimento da autonomia emocional.

Alunos da Educação Infantil participam de momentos onde desenvolvem habilidades socioemocionais

Embora, ao vivenciar o abuso, todo esse desenvolvimento pode ficar comprometido. É uma invasão dos limites sobre o corpo do outro, valendo-se de uma hierarquia e também de uma cultura ainda muito “adultocêntrica” que negligencia a fala de crianças e jovens, que se percebem descreditados e desvalidados pela forma que se sentem, o que acarreta em falta de denúncias e tomadas de decisões cabíveis para acabar com o ciclo de abuso.

A escola acaba se tornando esse espaço “seguro” e possível para expressarem sobre suas dores, demandas emocionais, a partir de um vínculo construído com o professor, com a turma. E que cujo espaço deveria preservar esse sentido: de acolhimento, de escuta e de ressignificar essas marcas até então escondidas e sufocadas, para que esses alunos em sofrimento possam desenvolver habilidades que o auxiliem no manejo com esse sofrimento.

Tal contribuição pode ser realizada por meio de atividades educacionais que incentivem a expressão emocional, bem como por meio do desenvolvimento de habilidades de resolução de conflitos. A construção de relacionamentos fundamentados no respeito mútuo também se apresenta como fator relevante para esse fim. Diante do exposto, com o fito de se construir um futuro seguro e saudável, há a necessidade de uma abordagem sistemática que leve em consideração os aspectos individuais e sociais que estão presentes na vida das crianças.

https://www.unifeg.edu.br/revista/artigos-docentes/2013/v2-n2/Malu-Alves-de-Souza-e-Paula-Fernanda-Arena-Silva-A%20ESCOLA-E-O-ABUSO-SEXUAL-INFANTIL.pdf
https://www.educamaisbrasil.com.br/educacao/noticias/voce-sabe-o-que-e-maio-laranja

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