Como a educação socioemocional pode ajudar a identificar sinais de sofrimento emocional e prevenir situações de risco entre crianças e jovens.
Por Milena Tenório – Consultora Pedagógica
Ao pensar o sofrimento psíquico como uma questão complexa e multifatorial, é imprescindível que a escola esteja atenta às demandas singulares e sociais envolvendo seus alunos. Neste sentido, a educação em saúde mental é uma das formas de conscientização sobre esse fenômeno, já que abre espaço para o diálogo e possíveis intervenções voltadas ao cuidado individual e coletivo.

Nesse contexto, o desenvolvimento das competências socioemocionais no ambiente escolar surge como um caminho de mediação, já que convida o educando – bem como o professor – a se perceber enquanto um sujeito que sente emoções. A partir da consciência emocional, eles são capazes de identificar e dar nome àquilo que sentem, facilitando a compreensão e o acolhimento entre si.
Essa sensibilidade no olhar também favorece a possibilidade de perceber como o outro se sente, abrindo espaço para atenção aos sinais de mal-estar emocional. Assim, é possível pensar em estratégias de regulação emocional com o objetivo de gerenciar as dimensões que esse sentir pode atingir em cada um, de forma a prevenir situações de risco.
Isso junto ao amadurecimento da competência social, contribui para a visão da escola enquanto um espaço de convivência e socialização, em que um dos objetivos é construir e manter boas relações. Se na melhor das hipóteses, um sujeito passa anos de sua vida na escola, é importante que seja um ambiente emocionalmente saudável, onde seja seguro externar sua vulnerabilidade e ser acolhido nela, estreitando os laços a partir da compreensão e da empatia.
E tão importante quanto os caminhos já mencionados, é a elaboração da competência de vida e bem-estar, junto a capacidade de saber e se permitir pedir ajuda, seja enquanto indivíduo ou enquanto instituição. É essencial que a escola saiba quais suas potências e seus limites, trabalhando junto a outras redes de cuidado, visto que a valorização da vida e a prevenção ao suicídio é uma responsabilidade coletiva.
