Por Wanessa França – Jornalista
Mês de junho e todo o Nordeste se prepara com animação e expectativa. Bandeirolas em suas diversas cores já são vistas pelas ruas, os trajes xadrez saem do armário e voltam a ser tendência, é o entusiasmo da época. Nos canteiros da cidade, milhos – aos montes – são vendidos e, no ar, os cheiros das comidas típicas já podem ser sentidos, gerando um misto de emoções pelo que estar por vir. No chão, o calor da fogueira aquece e ilumina o ambiente, sendo sinônimo de aconchego e acolhimento para alguns, além de diversão e alegria para outros. E por falar em alegria, tudo isso se amarra ao som daquele forró arrasta-pé que envolve e marca a felicidade que só os festejos juninos podem proporcionar.

As festas populares que acontecem durante o mês de junho são ricas em tradições, mas também em emoções e sentimentos, onde tudo isso se conecta e molda a cultura de um povo. Tratando sobre essa temática, o filósofo francês Edgar Morin, traz sua visão sobre cultura e como esta é capaz de influenciar os indivíduos e suas emoções. Segundo ele, “uma cultura é um corpo complexo de normas, símbolos e imagens. Esse conjunto penetra no indivíduo e orienta suas emoções (…)” (MORIN, E. Liga Pela Paz, vol.4, p. 107).
E nesse arraial de emoções, a Educação Socioemocional também faz parte da festa, sendo uma ferramenta essencial para o fomento e continuidade das tradições e culturas. Dentro dessa perspectiva, quando – no âmbito da educação socioemocional – é trabalhado autoconhecimento e empatia, os indivíduos reconhecem o valor das tradições e, através disso, desenvolvem um senso de pertencimento e orgulho.
Além disso, as festas juninas são ótimas oportunidades para que sejam desenvolvidas as competências socioemocionais pensadas e elaboradas pelo psicopedagogo das emoções, Rafael Bisquerra. Quando um evento junino é organizado na escola, por exemplo, é preciso a colaboração coletiva para que tudo saia como o planejado; em casos como este, é possível notar a Competência Social, uma das cinco competências pensadas por Bisquerra e que abarca: habilidades sociais básicas (saudações, despedidas, agradecimentos), respeito pelos demais, cooperação, assertividade, prevenção e solução de conflitos, dentre outras microcompetências.
Pensando nisso, que tal um exercício? Neste mês de junho, além de aproveitar os festejos, coloque em prática a Competência Social, perceba quais emoções esta época do ano desperta em você, buscando entendê-las, regulá-las e assim poder aproveitar cada momento repleto de alegria e boa convivência.
Por fim, caso queira, você pode compartilhá-las aqui nos comentários!
Boas festas!
Referências bibliográficas:
BISQUERRA, Rafael. Competências emocionais. 2020. Disponível em: https://www.rafaelbisquerra.com/competencias-emocionales/. Acesso em: 20 de jun. 2025.
MORIN, Edgar. In: Educação Social e Emocional. São Paulo: Hug Education, 2021. 8º ano. p. 107.
As festas populares são memórias afetivas, esses eventos culturais promove a participação, colaboração, tradição local, diálogo… No ambiente escolar, estimula a convivência, os costumes, as curiosidades, os resgates e valorização da cultura.