Introdução, conceito e história
Por Pedro Barros – Consultor Pedagógico e Psicólogo
O que é Burnout?
Você já ouviu falar de Burnout? Síndrome de Burnout, ou também chamado de síndrome do esgotamento profissional, é um fenômeno que vem ganhando cada vez mais atenção. Descrita pelo psiquiatra Herbert Freudenberger na década de 70, o Burnout se caracteriza por um cansaço extremo, estresse e a sensação de ter “queimado” suas energias. O Ministério da Saúde explica que a síndrome surge em ambientes de trabalho altamente exigentes, onde a competitividade e a responsabilidade são constantes.
Apesar de ter sido descrita como uma síndrome, o termo já era informalmente utilizado para descrever o efeito devastador do abuso crônico de substâncias. A ideia por trás do termo veio de uma analogia simples: imagine um edifício que, apesar da aparência intacta, sofreu um incêndio em seu interior. Assim é o Burnout: por fora, tudo pode parecer normal, mas internamente, os danos já estão presentes.
Por que os Professores Estão em Risco?
Os professores estão entre os profissionais mais afetados pelo Burnout, ficando atrás apenas dos trabalhadores da saúde. E por que isso acontece? Jornadas duplas ou triplas, baixos salários, poucas chances de promoção dentro do emprego, falta de materiais e a desvalorização da profissão tornam o dia a dia do educador ainda mais desafiador. Com tantas pressões acumuladas, não é surpresa que essas condições criam o cenário perfeito para o estresse se transformar em esgotamento.

Mas Como Prevenir o Burnout?
Mas afinal, professor(a), como podemos evitar esse esgotamento? As competências socioemocionais definidas por Rafael Bisquerra, no seu pentágono das emoções, oferecem contribuições importantes e práticas para prevenir o Burnout, sendo uma delas, a Autonomia Emocional.
Essa competência envolve microhabilidades como autoestima, automotivação, resiliência e uma atitude positiva diante da vida. Desenvolver tais aspectos, dentro ou fora da sala de aula, não só reduz as chances de Burnout, como também contribui para um ambiente emocional mais equilibrado e saudável.
Além da Autonomia Emocional, Bisquerra descreve outras quatro competências que também colaboram diretamente para a prevenção do Burnout. Cada uma delas atua na redução de fatores de risco associados à síndrome. A Consciência Emocional, por exemplo, permite que o professor identifique sinais precoces de estresse ou sobrecarga, antes que se tornem insustentáveis. Já a Regulação Emocional funciona como um amortecedor frente aos altos e baixos da rotina escolar, possibilitando o desenvolvimento de estratégias para lidar com frustrações, cobranças excessivas e conflitos com alunos ou colegas de trabalho. A Competência Social fortalece os laços interpessoais e a rede de apoio no ambiente profissional. Por fim, as Habilidades de Vida e Bem-Estar incentivam o autocuidado, a gestão do tempo e a busca por equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
Pensando nisso, professor(a), ao trabalharmos a educação socioemocional dentro e fora da sala de aula, não apenas prevenimos a chamada “síndrome do século” (ITOKAGI, 2023), como também desenvolvemos habilidades essenciais para toda a vida, essas competências serão ferramentas poderosas para enfrentar os desafios diários da profissão. Vale lembrar que a prevenção do Burnout não é um processo isolado, mas contínuo. O desenvolvimento das competências socioemocionais é um caminho para transformar o ambiente escolar em um espaço mais acolhedor, produtivo e satisfatório.
Outra técnica que vale a menção é o “Quiet and quitting” que vem crescendo bastante na geração Z. Ela pode ser traduzida como demissão silenciosa, porém, ainda que tenha essa tradução, não se limita em apenas se demitir. A ação está mais ligada a trabalhar apenas o necessário para a função, exercendo exatamente, e unicamente, o esforço essencial para cumprir sua responsabilidade.
Depois de tudo isso que você aprendeu, professor (a), quais são as atividades que lhe ajudam na redução do estresse no seu dia a dia? Deixe aqui embaixo seu comentário e interaja com a gente!
Para finalizar, um poema e reflexão de Fernando Pessoa que aborda o cansaço e a superação:
“O que há em mim é sobretudo cansaço
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.”
— Fernando Pessoa.
Referências bibliográficas:
Herbert J. Freudenberger e a constituição do burnout como síndrome psicopatológica. Memorandum: Memória e História em Psicologia, [S. l.], v. 37, 2020. DOI: 10.35699/1676-1669.2020.19144. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/memorandum/article/view/19144. Acesso em: 14 fev. 2025.
FREUDENBERGER, Herbert J. Staff Burn-Out. Journal of Social Issues, v. 30, n. 1, p. 159-165, 1974. Disponível em: https://sci-hub.se/downloads/2019-01-19/9c/freudenberger1974.pdf. Acesso em: 14 fev. 2025.
BRASIL. Síndrome de Burnout. Ministério da Saúde. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/s/sindrome-de-burnout. Acesso em: 14 fev. 2025.
ITOKAGI, Maria Cecília Gradin. Síndrome de Burnout: a patologia do século 21. Contexto Jornalismo, 1 jul. 2023. Disponível em: https://contextojornalismo.com/2023/07/01/sindrome-de-burnout-a-patologia-do-seculo-21/. Acesso em: 19 maio 2025.
Para melhorar o estresse do dia a dia, geralmente assisto a filmes/ séries, vou para o sítio capinar, fazer rit box, Yoga, cuidar de cachorros. São as coisas que fazem com que melhore o stresse, tenho que movimentar, tanto corpo como mente. Ocupar a mente com coisas que gosto de fazer.
Olá, Vânia! Essas são ótimas sugestões, obrigada por compartilhá-las conosco!