MARÇO LARANJA E O COMBATE AO BULLYING 

Por Yasmin Caldas – Consultora Pedagógica

 

“Não basta aprender a ler e escrever, é preciso ensinar as crianças a serem bons cidadãos para o mundo.”  Heloisa Paiva 

A responsabilidade de cuidar de uma criança recai sobre toda a sociedade. Em casa, é dever da família amar, alimentar, medicar e acolher suas filhas e filhos. Na escola, as (os) professoras (es) compartilham conhecimentos técnicos, como a tabuada, os pronomes e a história de quem veio antes de nós, mas para além disso, é no contato com as amigas e os amigos em sala de aula que as crianças têm a oportunidade de aprender a ser quem são e aprender outras maneiras mais assertivas de agir. 

Espaços como esse também são espaços oportunos de aprendizagem. Para explicar às crianças e aos adolescentes o que é um comportamento considerado violento e que não tem espaço no ambiente escolar e de como se deve agir em situações em que alguém tem uma atitude ameaçadora ou hostil.  

Foi partindo desse princípio que o mês de março ganhou uma cor especial – o Laranja! E com ele, voltamos os nossos olhares para a campanha “Março Laranja – mês de prevenção ao bullying escolar”, iniciada em 2016, através do Projeto de Lei n°2.104 de 26 de abril do mesmo ano. A campanha que iniciou em Manaus, visa promover ações educativas em escolas e meios de comunicação, difundindo a ideia de que falar sobre o combate à violência contra as crianças e adolescentes é conversar com toda a comunidade.  

É preciso reforçar que o bullying é um comportamento agressivo, repetitivo e intencional, em que uma pessoa ou um grupo intimida, humilha ou agride outra pessoa. Ele pode acontecer de várias maneiras, através: 

  • Contato Físico: empurrões, chutes, agressões. 
  • Ataque Verbal: xingamentos, apelidos pejorativos. 
  • Abuso Psicológico: exclusão, ameaças, humilhação. 
  • Provocação Virtual (cyberbullying): ataques nas redes sociais, exposição da vítima na internet. 

O mais preocupante é que, muitas vezes, as vítimas não falam sobre o que estão passando, seja por medo, vergonha ou falta de apoio. As consequências do bullying podem ser graves e duradouras. Crianças e adolescentes que sofrem bullying podem apresentar: 

  • Traumas Emocionais: tristeza, isolamento, crises de ansiedade, depressão. 
  • Impactos Escolares: desmotivação, dificuldade de concentração, queda no rendimento e até abandono escolar. 
  • Consequências Físicas: insônia, dores de cabeça, problemas digestivos. 

E essa repercussão pode continuar na vida adulta, afetando relacionamentos e oportunidades profissionais, ou seja, todas e todos sofrem com isso! 

  • Quem sofre carrega as consequências emocionais, sociais e acadêmicas. Pode desenvolver baixa autoestima, depressão, ansiedade e até evitar ir à escola. 
  • Quem pratica o bullying também perde, pois pode normalizar comportamentos agressivos e ter dificuldades futuras em relações interpessoais. 
  • Quem assiste e não faz nada sente medo e insegurança, criando um ambiente de silêncio e conivência. 

A partir desse entendimento, podemos afirmar que o bullying não é um problema individual, mas sim um problema social que afeta toda a comunidade escolar e familiar e por isso, todas as pessoas precisam estar atentas! 

As famílias devem ter diálogo aberto com as crianças e adolescentes, ensinar sobre respeito e acompanhar o comportamento delas, enquanto isso, as escolas devem criar espaços seguros, incentivar a denúncia e promover campanhas contra o bullying e por fim, a comunidade precisa estar atenta e agir quando perceber situações de violência ou discriminação. 

Se alguém estiver sofrendo bullying ou presenciando esse tipo de agressão, é importante não se calar. Existem alguns canais de denúncia: 

  • Disque 100 – Direitos Humanos. 
  • Conselho Tutelar – para proteger crianças e adolescentes. 
  • Ministério Público: Promotoria da Infância e da Juventude – (82) 2122-0728, pode ser acionado em casos mais graves. 
  • Escolas – muitas possuem canais internos para acolher denúncias. 

Se você sofre ou conhece alguém que sofre bullying, não se cale! Busque ajuda e lembre-se: ninguém está sozinha ou sozinho nessa luta. 

REFERENCIAL BIBLIOGRAFICO: 

SANTOS, Mariana Michelena; PERKOSKI, Izadora Ribeiro; KIENEN, Nádia. Bullying: atitudes, consequências e medidas preventivas na percepção de professores e alunos do ensino fundamental. Temas em Psicologia, v. 23, n. 4, p. 1017-1033, 2015. Disponível em: < https://www.redalyc.org/pdf/5137/513751493017.pdf >. Acesso em 21 mar. 2025. 

SOPRANI, B. da S.; FORESTI, N. da S.; RICARDO, L. S. IMPACTOS E DESAFIOS DO BULLYING NO CONTEXTO ESCOLAR: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA NO CAMPO DA EDUCAÇÃO. REVISTA FOCO, [S. l.], v. 17, n. 5, p. e5130 , 2024. DOI: 10.54751/revistafoco.v17n5-179. Disponível em: https://ojs.focopublicacoes.com.br/foco/article/view/5130. Acesso em: 21 mar. 2025. 


Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *