Setembro Amarelo é o Ano Todo: A Importância da Educação Socioemocional

Por Priscilla Soares – Coordenadora Pedagógica

Setembro Amarelo é uma iniciativa internacional que foi trazida pelo Brasil em 2014, em
uma parceria entre a Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP e o Conselho Federal de
Medicina – CFM, com o propósito de conscientizar a sociedade sobre a prevenção do
suicídio. A campanha, que se intensifica em setembro devido ao Dia Mundial de Prevenção
ao Suicídio, em 10 de setembro, é um lembrete da importância do cuidado com a saúde
mental. Entretanto, para que a mensagem de prevenção seja verdadeiramente eficaz, é
essencial que “Setembro Amarelo seja o ano todo”. E um dos caminhos mais promissores
para isso é a integração da educação socioemocional nas escolas e na sociedade.


A educação socioemocional se refere ao desenvolvimento de habilidades que ajudam
indivíduos a gerenciar suas emoções, estabelecer metas positivas, desenvolver empatia,
manter relações saudáveis e tomar decisões assertivas. Essas habilidades são
distribuídas em cinco competências socioemocionais fundamentais para a prevenção de
comportamentos de risco e disfuncionais.


Segundo Rafael Bisquerra, no modelo das cinco competências, desenvolvemos
habilidades sociais, como a capacidade de se comunicar, resolver conflitos e estabelecer
relações interpessoais saudáveis, fundamentais para o bem-estar emocional. Assim, ao
aprender a lidar com suas emoções e a enfrentar desafios de maneira saudável, as
crianças e os adolescentes se tornam, também sujeitos mais resilientes.


Entretanto, adotar práticas de educação socioemocional nas escolas não é uma tarefa
simples, mas é extremamente necessária. Programas que ensinam habilidades como
autoconsciência, autorregulação, autonomia, competência social e competências de vida
e bem-estar, devem ser parte do currículo escolar segundo as orientações da própria
BNCC. Esses programas não apenas melhoram o ambiente escolar, tornando-o mais
acolhedor e menos propenso a casos de bullying, como também preparam os jovens para
lidarem com as complexidades da vida adulta.


Para que “Setembro Amarelo seja o ano todo”, a sociedade como um todo precisa abraçar
a educação socioemocional. Isso envolve pais, educadores, empresas e instituições
públicas e privadas. Os pais podem reforçar essas habilidades em casa, criando um
ambiente onde as crianças se sintam seguras para expressar suas emoções. Educadores
podem receber formação contínua para melhor apoiar seus alunos. Empresas podem
oferecer treinamentos e programas de bem-estar emocional para seus funcionários,
promovendo um ambiente de trabalho mais saudável. E nas políticas públicas devemos
garantir que todas as escolas tenham acesso a recursos de educação socioemocional e
saúde mental.


A integração da educação socioemocional na vida cotidiana ajuda a criar uma cultura de
cuidado e apoio mútuo. Ao aprender a reconhecer e a expressar suas emoções de maneira
saudável, as pessoas se tornam mais propensas a buscar ajuda quando necessário e a
oferecer suporte a quem precisa.


Portanto, afirmar que “Setembro Amarelo é o ano todo” é reconhecer a necessidade de um
compromisso contínuo com a saúde mental. A educação socioemocional é uma
ferramenta poderosa nesse processo, preparando indivíduos para enfrentar os desafios
emocionais da vida com mais equilíbrio e resiliência. Ao integrá-la em nossa sociedade,
damos um passo significativo na construção de um mundo onde a prevenção ao suicídio e
o bem-estar mental são prioridades constantes.

Referências:
https://www.setembroamarelo.com/post/por-que-prevenir-suicidio
BISQUERRA, Rafael. Educação Emocional: Teoria e Prática


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